quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Oportunidades

       Mais do que nunca o que se fala nesta sociedade capitalista é em oportunidades, oportunidades de formação para um novo emprego, ou até mesmo para o primeiro emprego, oportunidades de melhoria econômica, opotunidades de encontrar um grande amor, oportunidades de adquirir àquele produto dos sonhos, e importante para pagar em prestações a perder de vista, bom ....mas, quem convive comigo sabe que estou aproveitando uma oportunidade onde em fim consegui um dinheirinho para tirar minha carta de habilitação. Fui ao detran fazer o pré-cadastro, cheguei atrasada quase que não consigo, porém uma alma caridosa me deixou entrar junto com o próximo grupo, por que lá no detran você marca um horário para ser atendido se por acaso perde esse horário, terá que marcar um novo dia para fazer o pré-cadastro, verdade é que tive muita sorte em encontrar um filho de Deus que me deixou corta fila, é feio eu sei, mas fazer o que, é longe pra caramba...rs.. Enfim o fato que gostaria de compatilhar aqui, não é a questão da minha carta de habilitação e sim o que aconteceu na volta pra casa.
       Estava eu no metrô em direção à Sé para pegar o próximo em direção ao Corinthians - Itaquera, por que precisava estar na escola exatamente as 13hs e 00 minutos, mas ainda estava cedo ....já que sai do Detran as 09:30 da manhã.... foi bem rápido... mas algo me chamou atenção minutos antes de desembarcar na Sé, um senhor de aparentemente 80 anos, com visão quase nula e dificuldade de locomoção deixou cair o jornal, uma jovem a minha frente do lado do senhor pegou o jornal e estendeu para que ele o pegasse, mas ele não se mexeu continuou a olhar fixamente a porta até que ela disse: - Senhor seu jornal! O homem agradeceu e disse que não tinha boa visão. Eu fiquei observando aquele pobre homem sozinho naquelas condições, e o fato de ter uma multidão a espera de sair do metrô fiquei preocupada e se o derrubassem seria um desastre, quando a porta se abriu eu sai e ouvi:
       - Por favor alguém me de a mão! Disse o homem.
       Eu me virei estendi a mão e ele agradeceu e saiu do metrô com dificuldade, logo perguntei:
       - O senhor vai pra onde?
       Ele respondeu:
       - Vila Matilde.
       Iriamos então pelo mesmo caminho, me dispus a ir com ele, segurou no meu braço subimos a escada rolante e caminhamos até a plataforma, iamos conversando e me contava que adorava a natureza, tinha um monte de cachorros e que se sua visão fosse perfeita continuaria a trabalhar, mas mesmo assim debilitado gostava de andar pela cidade, perguntei se não tinha medo de sair sozinho, porém me respondeu, que não gostava de incomodar ninguém e preferia a bondade de estranhos que a companhia forçada de parentes.
      Durante a viagem fomos conversando eu o olhava e pensava no meu pai, jamais deixaria meu pai sair sozinho naquelas condições, ao chegar na vila matilde o ajudei a sair do metrô e perguntei como chegaria em casa, ele respondeu que alguém o levaria até a plataforma onde pegaria um ônibus até sua casa, que daria por volta de 5 minutos, ele desceu e de fato um policial parado na plataforma o encaminhou até escada, e dali iria até a plataforma de ônibus que o levaria até sua casa.
      Sabia que nunca mais o iria ver, mas aqueles momentos que esteve comigo vinha a minha mente "E se eu tivesse perdido a oportunidade de ajudá-lo", não é demagogia, mas aproveitar momentos para ajudar ou estar com alguém faz muito bem, sempre soube disso, "que a muito mais alegria em dar que em receber". No mundo que vivemos onde são as diversas as oportunidades, é preciso também perceber as oportunidades de se fazer o bem, oportunidade que não vem em grandes anuncios, e não são persistentes, naqueles minutos que aquele senhor esteve comigo eu senti que tive uma oportunidade de cuidar de alguém como gostaria de ter cuidado um pouco mais do meu pai, não por remoço, por que amei e respeitei meu pai intensamente, mas pela saudade que sinto, e o sentimento que nos une até hoje, fazem 10 anos que ele se foi, e tenho certeza que faria grandes bagunças com meus pequenos, e teria os amado muito, intensamente.
        Por pequenas oportunidades que apareceram peço a Deus que não perca tais oportunidades de ser feliz.
         A felicidade não está no ter, mas no ser.
         Desejo que hoje haja no seu dia preciosas oportunidades.....

        

 FERNANDA OLIVEIRA